sexta-feira, 16 de julho de 2010

VENCER O DESAFIO

Os territórios de baixa densidade sofrem de uma enorme desertificação cada vez mais acentuada, devido à falta de estímulos, que permitam valorizar recursos e criar a auto-estima nas pessoas residentes.
A baixa taxa de qualificações escolares e profissionais da população não ajudam no desenvolvimento e crescimento sustentado dos territórios, acentuando-se mais nos territórios rurais.
A distância aos centros de decisão, a escassez de informação, a ausência de serviços de proximidade, a falta de incentivos à criação de riqueza, a instabilidade no emprego, as relações sociais e a pouca motivação para ultrapassar o momento delicado da conjuntura económica, são razões suficientes para se repensar o futuro e criar um espírito colectivo de mudança da economia nacional, onde todos, e não apenas alguns, sejam o motor de arranque da recuperação necessária a um país descrente e desacreditado nas soluções encontradas para a recuperação.
O desenvolvimento obriga à participação activa da população e a esforços comuns e actualizados de quem tem o poder da nação. A participação da população deve ser consubstanciada a estratégias de longo prazo, onde todos se sintam elementos activos e participativos na construção de um futuro duradouro e sustentado. Para se alcançar este equilíbrio é necessário apostar-se na qualificação permanente das pessoas, devendo ser esta transversal aos que necessitam dela a nível escolar e profissional, como aos que decidem sobre a definição das políticas de sustentabilidade dos territórios, sejam eles rurais ou urbanos.
As pessoas qualificadas estão melhor preparadas para responderem às solicitações dos desafios dos novos mercados e acumulam mais-valias à força de trabalho tanto a nível quantidade como da qualidade.
As qualificações permitem, também, uma participação mais consciente e estruturada sobre a realidade social e económica do país, podendo, assim, concluir-se que é necessário reforçar as políticas de qualificação da população. A não verificação do reforço destas políticas poderá levar ao adiamento consecutivo de respostas necessárias ao desenvolvimento e crescimento económico do país.
Os diversos políticos não devem alhear-se das pessoas e das instituições de âmbito local, pois será mais fácil, económico e duradouro o desenvolvimento e implementação de projectos onde a comunidade local tenha uma intervenção participativa.
Apostar nas qualificações, dos jovens e dos menos jovens, é um desafio que o governo da nação tem que responder, de maneira a garantir este processo ao longo dos tempos, para que se sinta com verdadeira qualificação permanente.
A aposta nas Novas Oportunidades é necessária, tanto a nível do reconhecimento de competências, como na forma de ensino-aprendizagem, mas há necessidade de articular o processo e metodologias com as entidades que põem em prática os programas, com audições assíduas, onde as suas opiniões e posições sejam consideradas de valor bastando para melhorar os resultados finais e o prestígio das iniciativas.
O terceiro sector deverá ser indicado e respeitado como um interlocutor privilegiado na implementação de programas de interesse nacional e nunca como um simples parceiro que, apenas, serve para resolver situações pontuais ou para iniciar projectos, que após estarem tratados são transferidos para o sector público. O terceiro sector é implicado na sociedade civil porque é quem responde por ele, mas deverá ter o reconhecimento de Estado, que com ele pode contar para construir projectos de interesse nacional com implementação local onde a população é interveniente e beneficiária final.
A ATAHCA ao criar este meio de comunicação e informação, não quer mais do que criar uma ferramenta onde a partilha seja franca, construtiva e duradoura, possibilitando quebrar o isolamento e propiciando uma saudável troca de experiências e conhecimentos que são importantes e indispensáveis ao crescimento dos cidadãos e da sociedade.
O Alto Cávado merece mais atenção, mais intervenção e mais apoios de maneira a diminuir as assimetrias entre o interior e o litoral e entre o mal e as grandes urbes.
A província oferece identidade, culturas ancestrais, paisagens bucólicas, hospitalidade, património, produtos de qualidade, água, fauna, flora e conhecimento que poderá ser mais valorizado como produto de referência para garantir uma economia sustentável e duradoura.
O cruzamento entre o crer e o querer poderá ser a chave do sucesso, sendo importante o inspirar e o expirar para garantir a vida do futuro.

JAMA

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